Enredo
O poema narra o drama de I-Juca Pirama (aquele que vai morrer), último descendente da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga. Movido pelo amor filial, pois o índio tupi era arrimo de seu pai, velho e cego, I-Juca Pirama, contrariando a ética do índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisioneiro: "Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes." Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que percebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indignado, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que ferido em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras. Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pode-lhe que pare a luta, reconhecendo sua bravura. Pai e filho se abraçam - estava preservada a dignidade dos tupis.
O poema narra o drama de I-Juca Pirama (aquele que vai morrer), último descendente da tribo tupi, que é feito prisioneiro de uma tribo inimiga. Movido pelo amor filial, pois o índio tupi era arrimo de seu pai, velho e cego, I-Juca Pirama, contrariando a ética do índio, implora ao chefe dos timbiras pela sua libertação. O chefe timbira a concede, não sem antes humilhar o prisioneiro: "Não queremos com carne vil enfraquecer os fortes." Solto, o prisioneiro reencontra-se com seu pai, que percebe que o filho havia sido aprisionado e libertado. Indignado, o velho exige que ambos se dirijam à tribo timbira, onde o pai amaldiçoa violentamente o jovem guerreiro que ferido em seus brios, põe-se sozinho a lutar com os timbiras. Convencido da coragem do tupi, o chefe inimigo pode-lhe que pare a luta, reconhecendo sua bravura. Pai e filho se abraçam - estava preservada a dignidade dos tupis.
Estrutura da obra.
A metrificação de Gonçalves Dias é
bastante original, pois “menospreza regras de mera convenção”. O poeta sempre
busca a forma ideal para cada assunto, adequando bem forma e conteúdo.
Em I – Juca – Pirama, alterna versos longos e curtos, ora para descrever
(verso lento), ora para dar a impressão do rufar dos tambores no ritual
indígena.
O poema nos é apresentado em dez
cantos, organizados em forma de composição épico – dramática. Todos sempre
pautam pela apresentação de um índio cujo caráter e heroísmo são salientados a
cada instante.
Canto 1 - Apresentação e descrição da tribo
dos Timbiras. Como está descrevendo o ambiente, o autor usa um verso mais lento
e caudaloso, que é hendecassílabo (onze sílabas). A estrofe é sempre de seis
versos (sextilha) e as rimas obedecem ao esquema: AA (paralelas) e BCCB
(opostas ou intercaladas).
Canto 2 - Narra a festa canibalística dos
timbiras e a aflição do guerreiro tupi que será sacrificado. O poeta alterna o
decassílabo (dez sílabas) com o tetrassílabo (quatro sílabas), o que sugere o
início do ritual com o rufar dos tambores. As estrofes são de quatro versos
(quarteto) e o poeta só rima os tetrassílabos.
Canto 3 - Apresentação do guerreiro tupi – I
– Juca Pirama. Sem se preocupar com rimas e estrofação, o poeta volta a usar o
decassílabo (com algumas irregularidades), novamente num ritmo mais lento, que
se casa bem com a apresentação feita do chefe Timbira.
Canto 4 - I - Juca Pirama aprisionado pelos
Timbiras declama o seu canto de morte e pede ao Timbiras que deixem-no ir para
cuidar do pai alquebrado e cego. O verso pentassílabo (cinco sílabas), num
ritmo ligeiro, dá a impressão do rufar dos tambores. As estrofes com exceção da
primeira (sextilha), têm oito versos (oitavas), e as rimas seguem o esquema AAA
(paralelas) e BCCB (opostas e intercaladas).
Canto 5 - Ao escutarem o canto de morte do
guerreiro tupi, os timbiras entendem ser aquilo um ato de covardia e desse modo
desqualificam-no para o sacrifício. Dando a impressão do conflito que se
estabelece e refletindo o diálogo nervoso, entre o chefe Timbira e o índio
Tupi, o poeta altera o decassílabo com versos mais ou menos livres. Não há
preocupação nem com estrofes nem com rimas.
Canto 6 - O filho volta ao pai que ao
pressentir o cheiro de tinta dos timbiras que é específica para o sacrifício
desconfia do filho e ambos partem novamente para a tribo dos timbiras para
sanarem ato tão vergonhoso para o povo tupi. Reproduzindo o diálogo entre pai e
filho e também a decepção daquele, o poeta usa decassílabo juntamente com
passagens mais ou menos livres. Não há preocupação com rimas ou estrofes.
Canto 7 - Sob alegação de que os tupis são
fracos, o chefe dos timbiras não permite a consumação do ritual. Num ritmo
constante, marcado pelo heptassílabo (sete sílabas), o poeta reproduz a fala
segura do pai humilhado e do chefe Timbira. A estrofação e as rimas são livres.
Canto 8 - O pai envergonhado maldiz o
suposto filho covarde. Para expressar a maldição proferida pelo velho pai, num
ritmo bem marcado e seguro, o poeta usa o verso eneassílabo (nove sílabas),
distribuindo-os em oitavas, com rimas alternadas e paralelas.
Canto 9 - Enraivecido o guerreiro tupi lança
o seu grito de guerra e derrota a todos valentemente em nome de sua honra.
Casando-se com o tom narrativo e a reação altiva do índio Tupi, o poeta usa
novamente o decassílabo com estrofação e rimas livres.
Canto 10 - O velho Timbira ( narrador )
rende-se frente ao poder do tupi e diz a célebre frase: "meninos, eu
vi". Alternando o hendecassílabo com pentassílabo, o poeta fecha o poema,
de forma harmoniosa e ordenada, o que reflete o fim do conflito e a serenidade
dos espíritos. Casando com essa ordem restabelecida, as estrofes vêm arrumadas
em sextilhas e as rimas obedecem ao esquema AA (paralelas) e BCCB (opostas e
intercaladas).
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